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A transferência do eixo comercial europeu para o Oceano Atlântico, no século XVI, em decorrência da expansão ultramarina, ensejou o encontro de povos e culturas que se desconheciam e propiciou a maior experiência transcontinental da Europa cristã desde o movimento das Cruzadas. O sentido colonizador deste empreendimento, capitaneado pelos Estados modernos ibéricos, alterou profundamente o perfil das sociedades aquém e além–mar. O surgimento e a propagação das ideologias que embasaram a discriminação de indivíduos e de grupos em decorrência da etnia, gênero, orientação sexual, ofício, credo religioso ou costumes culturais encontraram na política de intolerância religiosa dos Estados Confessionais sua base de apoio. Este Simpósio discutirá as práticas discursivas, jurídicas, eclesiásticas, administrativas, que viabilizaram a irradiação e o enraizamento de preconceitos raciais, a criminalização de comportamentos e costumes culturais rejeitados pela religião oficial. Analisará, sobretudo, o papel da Inquisição como poderoso instrumento de implementação das tecnologias disciplinares do Estado para a construção do edifício social do Antigo Regime.
Bibliografia:
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