top of page

Este simpósio tem o objetivo de reunir trabalhos sobre a escravidão moderna em sentido amplo, oferecendo aos participantes uma perspectiva global do tema em seu âmbito político, econômico, social e cultural, no espaço atlântico ibérico português, nos século XVI a XIX. Consideramos que o tema tem passado por diversas interpretações da historiografia, atualizando-se constantemente em função das demandas do presente. O trabalho escravo, apesar de histórico, infelizmente, não é um problema do passado para diversos países da América Latina. No Brasil atual, ocorreram mudanças recentes nas regras de combate ao trabalho escravo, podendo resultar em retrocessos. A portaria 1129, publicada no Diário Oficial da União em 16 de outubro, segundo a OIT, ameaça “interromper uma trajetória de sucesso que tornou o Brasil uma referência e um modelo de liderança mundial no combate ao trabalho escravo”. O órgão considera ainda que a portaria pode enfraquecer e limitar a efetiva atuação dos fiscais do trabalho, deixando uma “parcela da população brasileira já muito fragilizada ainda mais desprotegida e vulnerável”. Portanto, em um mundo cada vez mais global, onde problemas como homofobia, xenofobia, gênero etc., possuem uma agravante etnico-racial e somam-se às condições socioeconômicas de exclusão, os avanços nos estudos da escravidão se fazem necessários, justificando o presente simpósio, que ao abordar espaços distintos dos impérios ibéricos da época moderna visa dialogar com as interpretações historiográficas de tais países cuja herança escravista ainda se faz sentir seja nas instituições como nas sociedades de hoje, bem como pesquisas que desnudem a história da escravidão na América ibérica.

 

Bibliografia:


Alencastro, Luiz Felipe de. O trato dos viventes: Formação do Brasil no Atlântico Sul, séculos XVI e XVII. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
Andrews, George Reid. The Afro-Argentines of Buenos Aires, 1800-1900. Madison, WI: University of Wisconsin Press, 1980.
Assadourian, Carlos Sempat. El tráfico de esclavos em Córdoba de Angola a Potosí, siglos XVI-XVII. Córdoba, Argentina: Dirección General de Publicaciones, 1966.
Betancur, Arturo Ariel, and Fernando Aparicio. Amos y esclavos em El Río de la Plata. Montevideo: Planeta, 2006.
Borucki, Alex. From Shipmates to Soldiers: Emerging Black Identities in the Río de La Plata. Albuquerque: Universityof New Mexico Press, 2015.
DEMETRIO, Denise Vieira, SANTIROCCHI, Ítalo Domingos e GUEDES, Roberto. Doze capítulos sobre escravizar gente e governar escravos: Brasil e Angola, séculos XVII-XIX. Rio de Janeiro: Mauad X, 2017.
FRAGOSO, João Luís Ribeiro. GOUVÊA, Maria de Fátima (Org.). O Brasil Colonial. Vol. 1, 2 e 3 (Coleção). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.
Gallardo, Jorge Emilio. De la rebeldía a la abolición. Buenos Aires: El Elefante Blanco, 2010.
Klein, Herbert S., and Ben Vinson III. African Slavery in Latin America and the Caribbean.Second Edition. New York: Oxford University Press, 2007.
Mallo, Silvia C., and Ignacio Telesca, eds. “Negros de la patria”: Los afrodescendientes em lãs luchas por La independência en el antiguo Virreinato del Río de la Plata. Buenos Aires: Editorial SB, 2010.
MARQUESE, Rafael e SALLES, Ricardo. Escravidão e capitalismo histórico no século XIX: Cuba, Brasil e Estados Unidos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016.
Rebagliati, Lucas. “Negros y mulatos pobres en Buenos Aires (1786-1821).” Quinto sol 18, no. 1 (2014).
Rosal, Miguel Ángel. “Morenos y pardos propietarios de inmuebles y de esclavosen Buenos Aires, 1750-1830.” In Estudios sobre la cultura afro-rioplatense: Historia y presente, editedby Arturo Ariel Betancur, Alex Borucki, and Ana Frega. Universidad de laRepública, 2005.
Secreto, MaríaVerónica. Negros em Buenos Aires. Rio de Janeiro: Mauad X, 2013.
SCHWARCZ, Lilia Moritz (Direção). História do Brasil Nação: 1810-2010. Vol. 1, 2,
3, 4 e 5 (Coleção). Fundación MAPFRE/Ed. Objetiva, 2014.

bottom of page