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Essa mesa pretende discutir historicamente alguns processos históricos dos povos indígenas na América Portuguesa bem como a relevância dos estudos que tratam das diferentes formas de agências e processos de novas territorialidades dos grupos étnicos no Pós-Contato. Também objetiva propiciar um espaço para se estreitar o diálogo entre pesquisadores que buscam abordagens sobre os povos indígenas na história do Brasil Colonial, tratando de temas, tempos e espaços variados. As clássicas interpretações gerais sobre o Brasil, assim como os estudos específicos por longo tempo realizados sobre os índios, sempre os tomaram como personagens secundários - ou mesmo paradoxalmente exteriores - à história da nação. Essas interpretações vêm sendo desconstruídas nas últimas décadas por pesquisas interdisciplinares que têm focalizado os indígenas enquanto sujeitos históricos, revelando sua significativa presença e participação nos processos de formação das sociedades coloniais e pós-coloniais. Com a lei 11.645, que passou a obrigar que nas escolas e universidades fossem estudados a história e cultura dos povos indígenas no Brasil, tem havido, ainda mais, publicações de trabalhos acadêmicos e didáticos destacando a riqueza da diversidade étnica.  Produções que tem privilegiado o caminho interdisciplinar, especialmente com a Antropologia. O mais importante é que uma das preocupações da historiografia recente sobre história indígena é não construir mais uma imagem do índio genérico, ou apenas de vítima dos primeiros contatos com os não indígenas na América portuguesa, mostrando-os “dizimados” e “assimilados”, ou seja, como se estivessem em contínuo  processo de desaparecimento. Não é possível mais aceitar tais discursos de desaparecimento, pois se sabe que cada grupo indígena tinha e tem um caráter étnico de posicionamento frente aos não indígenas nas diferentes temporalidades e regiões brasileiras. Desde o período colonial os grupos indígenas continuavam e continuam existindo e estão cada vez mais organizados politicamente reafirmando as suas etnicidades e seus agenciamentos nos processos de contatos Interétnicos e nos posicionamentos diante das legislações indigenistas ao longo da história. Trazer, portanto, a baila essas discussões ao mesmo tempo torna-se espaço provocativo para que cada vês mais sejam apresentados aos eventos acadêmicos o que vem sendo produzido no Brasil, quais fontes históricas estão sendo revisitadas e quais diálogos teórico-metodológicos estão sendo destacados nas contínuas operações historiográficas em todas as regiões brasileiras especialmente após a década de 1980 em que historiadores e antropólogos vem ressignificando os lugares dos índios na história do Brasil, especialmente nos processos de sociabilidades a partir dos aldeamentos indígenas até o início do século XIX em que evidenciam os protagonismos no pós-contato.

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