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A arqueologia histórica pode ser definida como um campo da arqueologia, como uma subdivisão da disciplina arqueológica ou como resultado das transformações teórico-metodológicas ocorridas em meio às especialidades da arqueologia no último meio século no Brasil e assim tem apresentado destacada expansão no contexto brasileiro. Dentro desse campo ou nessa subdivisão e especialidade merecem destaque os estudos arqueológicos sobre materiais relativos à ocupação colonizadora luso-espanhola na América Latina ou o que pode ser chamada de arqueologia (do) colonial bem como acerca da variabilidade de contatos entre as diversas populações nativas e os grupos colonizadores desde o século XVI e as tensões decorrentes desse processo. Essa linha de pesquisa ou especialidade desenvolveu-se no contexto da América do Sul a partir, principalmente, dos anos 1980, em razão do processo de redemocratização na maior parte dos países dessa parte do continente. No Brasil já se tem uma pesquisa em arqueologia histórica ou uma pesquisa dos sítios brasileiros do período colonial desde a década de 1960, no desenvolvimento de pesquisas sobre cidades coloniais, missões jesuíticas, fortificações, bases comerciais e militares dos portugueses, lugares conhecidos pela documentação sobre a presença portuguesa em solo brasílico desde o século XVI. No entanto, após os anos 1990, um amplo espectro de novas possibilidades se apresentou no desenvolvimento de trabalhos sobre temas como: a colonização portuguesa na expansão do capitalismo comercial; os comportamentos sociais de consumo tanto no período colonial quanto no período pós-colonial; os estudos das relações entre paisagem e poder; estudo sobre a formação dos espaços coloniais, e o mais recente desenvolvimento da chamada arqueologia da restauração ou arqueologia da reconstrução histórica. Todos esses temas foram decorrentes de uma mudança conceitual e de base metodológica na arqueologia histórica no Brasil. A proposta deste Simpósio Temático é reunir experiências de pesquisa no campo da arqueologia histórica e da especialidade dos estudos da arqueologia colonial dentro das propostas de discussões do VII Encontro Internacional de História Colonial - EIHC, para assim promover o debate sobre as abordagens e promover o conhecimento da diversidade de temas e problemáticas de pesquisa e propostas de métodos e estudos relacionados a materiais e/ou sítios de ocupação do período colonial. O que inclui, neste caso também, as problemáticas sobre a permanência ou continuidade desses processos coloniais, sejam de trabalhos que tenham sido desenvolvidos na área da pesquisa acadêmica, ou seja, na pesquisa em arqueologia preventiva no contexto do Brasil.

Bibliografia:                              

COSTA, Diogo M. Algumas abordagens teóricas na arqueologia histórica brasileira. Revista Ciência e Cultura, Vol. 65, n.02, São Paulo abril/junho 2013.
______. Arqueologias Históricas: um panorama espacial e temporal. Vestígios Revista Latino- Americana de Arqueologia Histórica, Vol. 04, n. 02, jul/dez 2010, Pág. 09-38.
DEAGAN, Líneas de Investigación em Arqueología Histórica. Vestígios Revista Latino- Americana de Arqueologia Histórica, Vol. 02, n. 01, jan/jun 2008, Pág. 63-93.
GASPAR, Maria Dulce. História da construção da arqueologia histórica brasileira. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo 13: 269-301, 2003.
SILVA, Roberto A. Uma arqueologia das casas fortes: organização militar, território e guerra na capitania do Rio Grande – século XVII. Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, Salvador, 2010.

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