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Entre os séculos XVI e XVIII as monarquias ibéricas e seus domínios ultramarinos foram cenário de atuação de diferentes sujeitos mediante uma variada gama de práticas. A ação destes agentes históricos frequentemente – ainda que não exclusivamente – se manifestava por intermédio de distintas instituições. Todo o conjunto se pautava, grosso modo, pelos parâmetros vigentes nas sociedades de Antigo Regime. A riqueza de ambiências onde se constituíram experiências coloniais de viés ibérico promoveu o surgimento de arranjos plurais e multifacetados nas conquistas ultramarinas. As questões de linhagem e de sangue tinham um peso importante, mas não eram as únicas garantidoras da afirmação social e política. Outros elementos faziam parte da atuação desses sujeitos. Formar clientelas, por exemplo, era um passo importante para o reconhecimento tanto na esfera local, como em círculos de sociabilidade mais dilatados. Essas estratégias são postas em práticas pelas elites, e também por grupos subalternos de indígenas, africanos livres e escravizados, forros e brancos pobres. A busca para ser e parecer dependia ainda da acumulação de fortunas, da constituição de um cabedal de saberes e de outros fatores que pudessem levar à aquisição de almejados signos de distinção que serviam para galgar novos patamares de ascensão social. Portanto, quando nos referimos à atuação dos sujeitos históricos, tanto no espaço peninsular ibérico, quanto em suas áreas ultramarinas, reconhecemos uma série de práticas que podem incluir o serviço régio e sua retribuição em mercês, o acúmulo de riquezas, a posse de escravos, a produção de conhecimento, as alianças com africanos escravizados e indígenas, a caridade interessada, entre outras. Também contavam como critérios de definição e de reconhecimento social a ocupação de cargos administrativos, as provisões de ofícios e patentes, a concessão de hábitos das Ordens Militares e a obtenção de privilégios comerciais. A proposta deste Seminário Temático é reunir trabalhos resultantes de pesquisas que se dedicam às trajetórias, às práticas e às instituições que nos permitam pensar a interrelação de indivíduos e de grupos sociais no espaço peninsular ibérico e em seus domínios ultramarinos.

Bibliografia:


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