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A mesa pretende fornecer subsídios de ordem metodológica para os exames material e visual, bem como para a interpretação textual de documentos manuscritos e impressos no século XVIII. A partir da análise de distintos conjuntos documentais produzidos, sobretudo, nos âmbitos luso-brasileiro e alemão, as apresentações têm como objetivo comum explorar o potencial analítico dos aportes filológico e codicológico para a pesquisa histórica. Dessa forma, procura-se redimensionar o privilégio tradicionalmente conferido pela historiografia à autoria intelectual da documentação, frente ao trabalho dos produtores materiais, editores e agentes difusores das letras e imagens deixadas pela tinta no papel. Rodrigo Bentes Monteiro pretende enfatizar a pertinência de uma análise inicial quantitativa para aferir proporções de conteúdos e referências, no estudo de um complexo texto manuscrito como o Discurso histórico, e político... sobre a revolta de Vila Rica em 1720, ou acerca do conjunto de folhetos impressos e retratos em gravuras colecionados por Diogo Barbosa Machado. Essa abordagem é seguida pela identificação de "linhas de força", no texto ou no conjunto de fontes, a serem aprofundadas em sua interpretação. Nesse afã, o conhecimento das técnicas retóricas e os exames material e visual de documentos podem elucidar aspectos da produção e do destino de textos e coleções de manuscritos e impressos. Márcia Almada aborda as potencialidades metodológicas do estudo interdisciplinar da materialidade da escrita, em busca de sinais sobre as fases de produção, circulação e guarda dos manuscritos. Os indícios materiais transformados em informações, quando articulados com o teor textual do manuscrito, possibilitam uma compreensão alargada do documento, que pode abranger os motivos para suas elaboração e preservação futuras. A análise material é guiada pelos exames da visualidade e da estrutura físico-química do documento, e não dispensa a colaboração de acadêmicos das áreas de arquivologia, codicologia, paleografia e ciência da conservação. André de Melo Araújo se dedica ao estudo da obra Historia genealogicadominorumHolzschuherorum, publicada em 1755 por Johann Christopher Gatterer. O volume contém diversas imagens que representam os documentos nos quais a pesquisa se apoiara, e sua publicação contribuiu para a difusão de um sistema de notação visual da documentação histórica. A exposição se apoia na análise do material visual, dos manuscritos da obra e da correspondência entre Gatterer e seus editores, com o objetivo de apresentar como o trabalho descuidado da codificação gráfica de manuscritos e restos materiais do passado comprometeria a fundamentação científica do conhecimento histórico.
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