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O presente ST pretende dar continuidade ao trabalho desenvolvido no ST "Do colonial ao pós-colonial: perspectivas para ler os domínios portugueses na África e no Oriente" realizado no último EIHC. Portanto, ao objetivo de estabelecer um debate acerca dos estudos relacionados às leituras e releituras sobre os espaços que vivenciaram o domínio colonial português tanto em África como no Oriente, soma-se o interesse nas representações produzidas ao longo dos séculos sobre esses espaços, representações perpassadas também pelas interações com o espaço ibero-americano. A perspectiva comparativista permanece como foco metodológico, tanto para pensar diferentes territórios, mas também para trabalhos que privilegiem uma análise multidisciplinar, voltada para um sentido mais amplo de “representação”, do sentido religioso, social, ao político e cultural.Interessa-nos pensar na heterogeneidade dos processos que envolvem os variados territórios que foram de domínio português, problematizando as especificidades dos contatos culturais. Almeja-se estimular debates acerca dos múltiplos tipos de contato, dinâmicas ou manifestações oriundas desses processos, com atenção ao papel de diferentes agentes e instituições na produção de conhecimento, representações e classificações das populações coloniais. Encoraja-se o desenvolvimento de análises sobre as representações da África e do Oriente a partir de uma ampla variedade de materiais: tratados sobre costumes e crenças religiosas; relatos etnográficos; numeramentos e classificação das populações; mapas cartográficos; coleções e exposições; fotografias; literatura e outras formas de arte.Neste sentido, incentiva-se a análise das representações produzidas por funcionários coloniais, missionários, viajantes, mas sem descurar das visões que surgiram a partir da própria África e do Oriente, o que incluiu as perspectivas de suas “elites nativas”, de críticos locais do colonialismo, de exilados e membros das comunidades de diáspora. Assim, pretende-se igualmente repensar as representações que colocam o colonizador como imagem central desses processos e ignoram as particularidades de cada sociedade de acordo com os povos autóctones.

 

 

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