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Objetivo:

 

 Este minicurso dedica se a enfocar nas áreas “não-centrais” de colonização, escrutinando suas dinâmicas econômicas, sociais e administrativas a partir da relevante produção acadêmica – publicada ou inédita – recentemente realizada.


Justificativa:

 

 A facilitação do acesso às fontes primárias, a ampliação do número de programas de pós-graduação em História, formação de novos grupos de pesquisa em história colonial e a intensificação das conexões entre os pesquisadores brasileiros e estrangeiros tem proporcionado um grande avanço quantitativo e qualitativo na historiografia do período colonial. As regiões associadas ao mundo do açúcar e às Minas Gerais – objetos de estudos desde o século XIX – viram sua historiografia ser renovada e ampliada com a realização de dezenas de estudos monográficos sobre diversas temáticas. Outras áreas passaram a ser estudadas por pesquisadores que dispunham de referenciais teóricos renovados e de melhor acesso aos conjuntos documentais que vêm sendo disponibilizados mais recentemente. Referimo-nos ao espaço amazônico, aos diversos sertões da América portuguesa, às zonas de fronteira e aos núcleos de colonização situados entre centros mais densamente povoados. Nestas áreas, os sujeitos envolvidos em sua ocupação e colonização se depararam frequentemente com situações extremas, ainda mais desafiadoras que aquelas notadas nas localidades litorâneas ou de maior concentração de povoamento de origem portuguesa. Importantes trabalhos têm sido realizados sobre a história destas áreas, mas em muitos casos, eles permanecem ainda eclipsados pela atenção focada nas áreas principais, mormente ao mundo do açúcar e às Minas Gerais.

 

Carga horária: 6h

 

 Plano de curso


1ª sessão - Os sertões (2 horas letivas).


a) Os vários sertões, definições espaciais e terminológicas (Objetivo: Discutir as diferentes definições e reelaborações acerca do “sertão” produzidas durante o período colonial pelos sujeitos que viveram ou transitaram por essas regiões, assim também como pelos que viveram nos principais centros urbanos. Identificar algumas das áreas definidas genericamente como “sertão”.)


b) Povoamento/Despovoamento/Repovoamento (Objetivo: Analisar as dinâmicas

 demográficas, com atenção para o trato com as populações nativas. Aspectos sociais das coletividades formadas nas regiões em foco).


c) As dinâmicas econômicas (Objetivo: Reconhecer as bases econômicas de ocupação das áreas em tela, enfocando a produção e circulação de bens e mercadorias e as formas de exploração do trabalho).


2ª sessão - Os espaços amazônicos (2 horas letivas).


a) Delimitação dos espaços da “Amazônia” colonial (Objetivo: Reconhecer os limites da região em foco, levando em consideração que no período colonial a denominação “Amazônia” não era utilizada).


b) Dinâmicas demográficas e sociais (Objetivo: Analisar a intrusão do elemento europeu, suas relações com o elemento indígena e os resultados desses contatos).


c) As dinâmicas econômicas (Objetivo: Reconhecer as bases econômicas (produção, extração, formas de exploração do trabalho e circulação de bens).



3ª sessão - As áreas de fronteira (2 horas letivas).


a) Delimitação dos espaços: as zonas entre os impérios português e espanhol (Objetivo: Reconhecer os limites da região em foco e os dados de sua formação).


b) Dinâmicas demográficas e sociais (Objetivo: Analisar os processos de ocupação europeia e as características das sociedades de fronteira).


c) Dinâmicas econômicas (Objetivo: Reconhecer as bases econômicas (produção, extração, formas de exploração do trabalho e circulação de bens, sobretudo de forma ilegal).


d) Fechamento do curso: Convergências, divergências e perspectivas de pesquisa.

Bibliografia:


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