top of page

Este simpósio espera reunir trabalhos que procurem pensar as formas alternativas de

elaboração da história colonial africana fora da historiografia tradicional. O conhecimento sobre o continente africano, e, em particular da África subsaariana, permaneceu durante séculos sob o domínio da “ciência colonial”. Na década de 1970, com os últimos processos de independência em curso, Cheik Anta-Diop e Joseph Ki-zerbo seriam as primeiras vozes a denunciar o lugar secundário que “a história colonial outorgava aos africanos”. Procurando desmistificar o passado africano, rastrearam os elementos de uma identidade cultural negada pelo colonialismo no sentido de resgatar o papel dos africanos em face de um passado obliterado, isto é, a afirmação do ser africano no mundo. Tal projeto revelar-se-ia pejado de obstáculos, nutridos pelo legado eurocêntrico, dada a visão distorcida que alimentara boa parte da história colonial. As imagens produzidas na África e pelos africanos ou nas diásporas africanas na Europa, nas Américas, oferecem assim uma resistência imponderável a essas representações, em um exercício fecundo que dá conta da diversidade subjacente a essas histórias. Este simpósio pretende propiciar a discussão de experiências sobre a multiplicidade irredutível de formas como cinema, literatura, fotografia, teatro, dança entre outros, que podem oferecer um suplemento precioso à tentativa de articular a história colonial e a sua superação.

 

Bibliografia:

 

CHAM, Mbye. História oficial, memória popular: reconfiguração do passado africano

nos filmes de OusmaneSembène. Projeto História, n. 44, jun. 2012, pp. 295-303.

DIDI-HUBERMAN, George. Devolver uma imagem. Pensar a imagem / Emmanuel

Alloa, (org.). – 1. ed. – Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.

GARCÍA, Antonio Rivera. “La distância estética. Potencia y límites de la relación entre

arte y democracia”. Schiller, arte y política. Universidad de Murcia, 2010, pp. 223-270.

LECHINI, Gladys. Los EstudiosAfroamericanos y Africanos enAmerica Latina -

Herencia, presencia e visiones delotro. (ColecciónSur-Sur). Buenos Aires: Consejo

Latinoamericano de CienciasSociales, 2008.

MBEMBE, Achile. As formas africanas de auto-inscrição. Estudos Afro-Asiáticos, Ano

23, n. 1, 2001, pp. 171-209.

bottom of page