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Este Simpósio Temático acolhe trabalhos que investigam as relações entre as instituições centrais do Estado Português e as instituições locais de suas diversas colônias, abrangendo pesquisas entre os séculos XVI a XIX. Tem por objetivo principal analisar os modos de governar de diversos agentes metropolitanos e suas relações com a governança local. Identificar que Política, Administração, Justiça, Direito, Comércio e Sociedade são temas importantes para as análises dos agentes régios, os homens da boa governança da terra e as instituições centrais e coloniais. Tais discussões inserem-se no confronto entre importantes abordagens da colonização portuguesa, especialmente na ótica do Antigo Sistema Colonial e do Império, bem explicitado por Vera Ferlini no prefácio do livro Modos de Governar. A partir destas chaves de interpretação este Simpósio analisará os níveis de centralização da Monarquia portuguesa na Época Moderna, bem como: os arranjos ou “redes clientelares” entre elites locais e os poderes da Coroa; os modos de administração da Coroa portuguesa nos territórios ultramarinos; a busca da sistematização das representações da justiça elaboradas na dinâmica social das colônias; a circulação de agentes e suas formas de ascensão e mobilidade dentro das conquistas e (ou) territórios do Império Português; o estudo das normas régias, representadas por regimentos, patentes e leis; as dinâmicas de poder estruturadas nos circuitos mercantis, etc.Tais debates partem da confluência de dois grupos de pesquisa: MANTO - Núcleo de Estudos de História Colonial - e NEIC – Núcleo de Estudos Impérios Coloniais. Enquanto o último foi estruturado para a discussão sobre a produção historiográfica acerca da América portuguesa e também dos Impérios Coloniais congregando pesquisadores ocupados com os processos de mundialização que se intensificaram no período Moderno, inserindo pesquisas voltadas para estudos que possibilitem uma história da ‘governação, vida diária e comércio ultramarinos’, o MANTO investiga as relações entre Estado e sociedade nas colônias – estendendo o seu alcance do século XVI ao XIX no Brasil –, identificando as fronteiras entre as relações lícitas e ilícitas na dinâmica social e na cultura política. Não se trata de identificar vítimas e culpados, até porque estes são produzidos nesta totalidade conflituosa e dinâmica, absolutamente invertida para o olhar metropolitano que, salvo raríssimas exceções, não cuidava sequer de perceber o seu próprio papel nessa aparente inversão. Trata-se de ajustar o foco da lente interpretativa para detectar essas relações singulares, sigilosas e evasivas. Em suma, este simpósio temático destina-se a acolher essesdiversos estudos em desenvolvimento.

 

Bibliografia:


ABRIL, Victor Hugo. Governança no Ultramar. Conflitos e Descaminhos no Rio de Janeiro (c.1700 – c. 1750). São Paulo: Paco Editorial, 2017.
BALANDIER. George. O poder em cena. Brasília: UnB, 1982.
BICALHO, Maria Fernanda & FERLINI, Vera Lúcia Amaral. Modos de Governar. Idéias e Práticas políticas no Império português (séculos XVI a XIX). São Paulo: Alameda, 2005;
BOXER, Charles Ralph. O Império Marítimo Português (1415-1825). São Paulo: Companhia das Letras, 2002;
FRAGOSO, João & MONTEIRO, Nuno Gonçalo. Um reino e suas repúblicas no Atlântico. Comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola nos séculos XVII e XVIII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017;
SCHWARTZ, Stuart. Segredos Internos: engenhos e escravos na sociedade colonial. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.
SIQUEIRA, Maria Isabel de. O Direito e o Estado no Brasil Filipino. São Paulo: Paco Editorial, 2011.
SOUZA, Laura de Mello. O Sol e a Sombra. Política e Administração na América Portuguesa do século XVIII. São Paulo, Companhia das Letras, 2006.

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