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O objetivo do Simpósio Temático é reunir e dinamizar o debate em curso a respeito das lutas políticas e dos processos independentistas ocorridos na América Portuguesa e no Brasil entre os séculos XVII ao XIX. O tema das revoltas, das Independências e de outras diferentes formas que assumiram o direito à contestação vem ganhando um papel destacado na historiografia brasileira e internacional, nutrido por pesquisas originais em variadas universidades espalhadas pelo país e na Europa ibérica. Por isso mesmo serão bem recebidas também propostas que, referidas a outras realidades espaciais, como África e Américas, permitam estabelecer diálogos com a experiência do Brasil.Tais processos desdobram-se em diferentes escalas e configurações: guerras indígenas, motins urbanos, conjuras palacianas, furores rurais, conflito entre autoridades, chicanas jurídicas, guerra contra potências invasoras, deposição de governadores, rumores, quilombos, quarteladas, enfrentamentos da ordem monárquica, separatismo, independências e muitas outras.São perceptíveis ainda os condicionamentos conjunturais: as múltiplas manifestações ocorridas nas capitanias sob o Antigo Regime após a Restauração Portuguesa de 1640, durante as tumultuadas décadas que marcaram o tempo das revoluções atlânticas e no período seguinte, quando se consolida o Estado-nação, nos marcos da monarquia constitucional. Nestes três momentos, traços comuns e muitas diferenças acompanham as revoltas, contestações e processos de Independências.Sempre que possível, interessam-nos estudos que desenvolvam abordagens lidando de maneira ampliada com o tema das insurreições nas Américas e na Europa ibérica, assim como sobre os processos de Independências ocorridos nas províncias brasileiras do século XIX.Em ambos os casos, porém, há denominadores comuns e indagações que acompanham necessariamente os pesquisadores e estudiosos. Por isso, ao longo dos debates do Simpósio, privilegiaremos questões relativas:aos principais paradigmas teóricos de análise e tipologias utilizadas nos estudos;aos padrões de manifestação dos revoltosos evidenciados em cada caso: formas de ação coletiva, composição social dos revoltosos, rituais e representação utilizados, abrangência das revoltas (tempo e espaço) e sua repressão; à história, historiografia e interpretações dos processos independentistas ocorridos no século XIX;à memória social das revoltas e dos processos independentistas;ao vínculo das revoltas, inconfidências e independências com outras formas cotidianas de resistência e de luta política; eàs fontes disponíveis, arquivos e documentação utilizados para o seu estudo.
Bibliografia:
CAETANO, Antonio Filipe Pereira. Entre drogas e cachaça: a política colonial e as tensões na América portuguesa (1640-1710). Maceió: Edufal, 2009.
FIGUEIREDO, Luciano. Rebeliões no Brasil colônia. Rio de Janeiro: J. Zahar Ed., 2005.
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JANCSÓ, István (Org.). Independência: história e historiografia. São Paulo: Hucitec, 2005.
MALERBA, Jurandir (Org.). A independência brasileira: novas dimensões. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.
MAXWELL, Kenneth. A devassa da devassa. Inconfidência Mineira: Brasil-Portugal, 1750-1808. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
MELLO, Evaldo Cabral de. A fronda dos mazombos. Nobres contra mascates: Pernambuco, 1666-1715. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
PAMPLONA, Marco Antonio. A historiografia do protesto popular e das revoltas armadas. Rio de Janeiro: PUC, 1991.
RODRIGUES, André Figueiredo. A fortuna dos inconfidentes: caminhos e descaminhos dos bens de conjurados mineiros (1760-1850). São Paulo: Globo, 2010.
ROMEIRO, Adriana. Paulistas e emboabas no coração das Minas: idéias, práticas e imaginário político no século XVIII. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2008.
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VALIM, Patrícia. Corporação dos enteados: tensão política, contestação e negociação na Conjuração Baiana de 1798. São Paulo, 2013. Tese (Doutorado em História) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo.
VILLALTA, Luiz Carlos. O Brasil e a crise do Antigo Regime português (1788-1822). Rio de Janeiro: Editora FGV, 2016.
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