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Este simpósio objetiva incentivar os debates sobre zonas de fronteira nas possessões ultramarinas europeias na América e no Caribe entre os séculos XVI-XIX, e de modo particular estudos sobre diferentes interações e circulações transfronteiriças em espaços coloniais. A expansão das fronteiras nos mundos coloniais representa uma temática marcante na produção historiográfica americanista, tendo produzido análises referenciais sobre as colonizações ibéricas, bem como sobre outras expansões coloniais europeias no Novo Mundo. Questões como a incorporação de territórios aos conjuntos de possessões ultramarinas, os contatos e confrontos entre europeus e populações nativas, a produção do conhecimento científico sobre o espaço fronteiriço, sua natureza e seus habitantes constituem alguns dos temas que mereceram (e continuam merecendo) estudos relevantes sobre as fronteiras. No entanto, a discussão sobre a formação territorial das colônias tendeu a centrar-se nas dinâmicas internas desses espaços, menosprezando suas articulações intra-americanas e transimperiais, como os fluxos econômicos legais e ilegais, as circulações culturais e de experiências políticas, construídas principalmente nos variados processo de ocupação territorial, seguidas de disputas econômicas protagonizadas por agentes de diferentes entidades políticas sobre os espaços americanos, fossem esses localizados nas interseções terrestres e/ou marítimas do mundo americano. Nesse simpósio, objetiva-se, por um lado, abarcar trabalhos relativos à expansão das fronteiras coloniais e transformações dos territórios ultramarinos desde o início do processo de conquista europeia do Novo Mundo até as revoluções de independência no primeiro quartel do século XIX. Por outro lado, o simpósio também pretende contemplar discussões a respeito das relações entre territórios coloniais portugueses e espanhóis e de outras possessões ultramarinas europeias (britânicas, francesas, holandesas) nos limites dos espaços atlântico, caribenho e pacífico, tendo em vista que as possessões ibero-americanas não foram isoladas da interação com outras monarquias europeias que também empreenderam suas rotas coloniais ultramarinas. Desse modo, esse simpósio temático apresenta ainda o objetivo de levantar questões acerca dos fenômenos sociais, das relações econômicas e das sensibilidades políticas de espaços fronteiriços, principalmente no que tange às transformações globais implementadas nas conjunturas internacionais marcadas pelos processos revolucionários europeus e americanos sobre o Novo Mundo, ao enfocar as movimentações políticas ultramarinas sob a ótica das “revoluções atlânticas” e as suas mais diversas repercussões nas fronteiras americanas.

Bibliografia:

 VARGAS, Jonas M. Belicosas fronteiras: contribuições recentes sobre política, economia e escravidão em sociedades americanas (século XIX) (Porto Alegre: Editora Fi, 2017).

HERZOG, Tamar. Frontiers of Possession. Spain and Portugal in Europe and the Americas (Cambridge: Harvard University Press, 2015)

TRUCHUELO, Susana e REITANO, Emir (eds.) Las fronteras em el mundo Atlántico, siglos XVI-XIX (La Plata: Universidad Nacional de La Plata, 2017)

FAVARÓ, Valentina; MERLUZZI, Manfredi e SABATINI, Gaetano. Fronteras
procesos y prácticas de integración y conflictos entre Europa y América (siglos XVI-XX) (México: Fondo de Cultura Económica, 2017).

LOPES DE CARVALHO, Francismar Alex. Lealdades negociadas: povos indígenas e a expansão dos impérios ibéricos nas regiões centrais da América do Sul (segunda metade do século XVIII) (São Paulo: Alameda, 2015).

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